A alimentação saudável para as crianças é um desafio nos dias de hoje para muitos pais e mães que necessitam conciliar o trabalho fora de casa com a rotina de preparar as refeições dos pequenos e da família no geral. Outro desafio é desenvolver o paladar da criança para alimentos saudáveis, quando muitas vezes é constante o bombardeamento de produtos industrializados ou ultraprocessados que prometem facilitar o dia a dia da alimentação, mas que no final das contas se paga o preço com o desenvolvimento de problemas de saúde.
A primeira coisa que é preciso ter em mente para mudar a realidade alimentar da sua família é que nem tudo será perfeito. Não adianta tentar mudar os hábitos alimentares de forma radical correndo para a feira ou o supermercado mais perto e banir todos os alimentos que são consumidos na sua casa. É preciso começar por uma auto avaliação de como anda a relação da sua família com a comida hoje e quais objetivos você deseja alcançar, além de analisar a rotina da família para ajustar as mudanças de acordo a sua realidade.
1. IDENTIFICANDO AS NECESSIDADES ALIMENTARES DO SEU FILHO
Quais são as necessidades que percebo hoje quanto à alimentação dos meus filhos? Desejo introduzir mais legumes, frutas e verduras visando a sua saúde e desenvolvimento físico, mental e emocional? Quais desses três eixos eu percebo que eles necessitam de mais atenção?
Por exemplo: Já fui ao médico e ele avaliou que o meu filho se encontra com sobrepeso ou está abaixo do peso. Essa é uma questão que se reflete no físico, mas pode ter origem em problemas de ordem emocional ou mental da criança; Começo a perceber o seu humor, sua rotina de sono, sua interação com outras crianças e com os adultos. E a partir disso, posso trabalhar a alimentação também como uma ferramenta de cura.
2. TEMPO DE QUALIDADE NA HORA DA ALIMENTAÇÃO
Eu ofereço um tempo de qualidade na hora das refeições ou ela acontece sempre de forma apressada? Se a criança começa a associar a hora da alimentação como um momento de sofrimento, e que deve acontecer de forma rápida, ela desenvolve uma relação problemática com a comida. Ajude o seu filho ou filha a se conectar no momento presente através da alimentação. Reserve um tempo somente para que ele possa comer sem precisar correr. Que ele possa experimentar os alimentos, combinar os alimentos e se conectar com o que enxerga no prato. Lembre-se que o seu tempo é diferente do tempo da criança. Ajuste os horários para que ele possa ou começar antes de você, ou que não tenha problema se ela continuar comendo e os adultos já tenham finalizado as refeições. É importante que ela encontre o próprio tempo interno para processar seus alimentos.
3. A MUDANÇA É GRADUAL, FOQUE NAS CONSQUISTAS
Comece por mudanças pequenas e vá expandindo; Mudar a alimentação, também implica na mudança e na organização de outros hábitos. Por isso não se cobre e vá aos poucos ajustando conforme a sua realidade. Se hoje for possível uma mudança na hora do almoço, invista na hora do almoço. Se for possível eu me dedicar a preparar lanches mais saudáveis, vou preparar lanches mais saudáveis. Se um dia da semana eu abrir mão de um lanche saudável, e a criança comer uma fatia de bolo de chocolate, não é o fim do mundo. E seja exemplo, mudar a alimentação das crianças, muitas vezes requer mudanças na nossa própria alimentação. Elas aprendem muito mais se tiverem alguém em quem se espelhar e nesse caso, dentro de casa, essa pessoa pode ser você. Por isso, também avalie como anda seu autocuidado, sua rotina. Mas lembre-se de tornar esse processo uma viagem tranquila, leve. Tente focar nas mudanças alcançadas sem perder os objetivos de vista e aos poucos a sua vida e a dos seus filhos darão um grande salto de qualidade.